Guia sobre Stablecoins
Neste guia completo, vamos discutir sobre o que são stablecoins e sua importância para o ecossistema de criptomoedas e blockchain. São criptomoedas que buscam manter um valor estável em relação a um ativo subjacente, como moedas fiduciárias, como o dólar americano ou o euro. Dessa forma, elas minimizam a volatilidade comum em outras criptomoedas, tornando-as ideais para transações diárias. Abordaremos também seu funcionamento e apresentaremos os principais exemplos disponíveis no mercado, como Tether (USDT), USD Coin (USDC), Dai (DAI) e Binance USD (BUSD), entre outras. Com este guia, você terá informações valiosas para tomar decisões informadas sobre a diversificação da sua carteira de criptomoedas.
O que são stablecoins?
Stablecoins são criptomoedas que mantêm um valor estável em relação a um ativo subjacente, como moedas fiduciárias ou commodities. A volatilidade é um problema comum em outras criptomoedas, como o Bitcoin e o Ethereum, mas as stablecoins foram criadas para fornecer estabilidade e confiança aos usuários em transações diárias. Elas também permitem a integração com o sistema financeiro tradicional, além de terem diversas finalidades, como remessas internacionais, pagamentos instantâneos, trading e investimentos, bem como empréstimos descentralizados e contratos inteligentes na blockchain
A história por trás do conceito de stablecoin remonta a 2012, quando os desenvolvedores de criptomoedas começaram a perceber que a volatilidade poderia impedir a adoção em massa. Naquele momento, o Bitcoin experimentava flutuações significativas de preços, tornando difícil a utilização da criptomoeda como meio de troca ou armazenamento de valor. Foi assim que surgiu o conceito de uma criptomoeda estável, que pode manter um valor estável em relação a um ativo subjacente, como uma moeda fiduciária. Desde então, diversas abordagens e tecnologias têm evoluído para manter a estabilidade do valor das criptomoedas, tornando-as cada vez mais populares para transações diárias e integração com o sistema financeiro tradicional.
A primeira stablecoin conhecida é o Tether (USDT), que foi criado em 2014. O Tether foi projetado para ser uma criptomoeda vinculada ao dólar americano, com o objetivo de manter um valor estável em relação ao dólar.
Por que as stablecoins são importantes para as criptomoedas?
As stablecoins são fundamentais para o ecossistema de criptomoedas por diversos motivos. Elas proporcionam estabilidade de preço, o que pode tornar as criptomoedas mais atraentes para investidores e usuários em geral, facilitando a adoção em massa. Além disso, permitem negociações diretas entre criptomoedas, eliminando a necessidade de conversão para moedas fiduciárias, tornando as transações mais eficientes e rápidas.
As stablecoins também podem ser usadas como reserva de valor, semelhante às moedas fiduciárias, ajudando a mitigar o risco de flutuações de preços em criptomoedas tradicionais. Além disso, sua utilização possibilita a criação de novos produtos financeiros, como empréstimos, derivativos e contratos inteligentes. Outra vantagem é que elas aumentam a liquidez do mercado de criptomoedas, permitindo que os usuários comprem e vendam criptomoedas de forma mais eficiente.
Em resumo, as stablecoins são cruciais para o ecossistema de criptomoedas, fornecendo estabilidade de preço, facilitando a adoção em massa, permitindo a negociação direta entre criptomoedas, possibilitando a criação de novos produtos financeiros e aumentando a liquidez do mercado de criptomoedas.
Como funcionam as stablecoins?
As stablecoins são criptomoedas que foram projetadas para manter um valor estável em relação a um ativo subjacente, como uma moeda fiduciária. O objetivo dessas criptomoedas é oferecer aos usuários as vantagens da tecnologia blockchain, como transações rápidas e seguras, sem a volatilidade associada a muitas outras criptomoedas.
Existem diversas formas de se alcançar a estabilidade de preço das stablecoins. Algumas são garantidas por reservas de ativos subjacentes, como moedas fiduciárias, enquanto outras são gerenciadas ativamente por um emissor central. Outras ainda utilizam mecanismos de ajuste automático em resposta à oferta e demanda do mercado.
De maneira geral, funcionam de maneira semelhante a outras criptomoedas. Elas são armazenadas em carteiras digitais, podem ser enviadas e recebidas rapidamente e podem ser negociadas em exchanges de criptomoedas. A grande diferença está na estabilidade de preço, que é uma característica central das stablecoins e é o que as diferencia de outras criptomoedas.
Conheça os 4 tipos principais de stablecoins
Existem quatro tipos principais de stablecoins que podem ser utilizdos mutuamente para garantir a estabilidade do ativo.
Stablecoins garantidas por ativos
São um tipo de stablecoin cujo valor é ancorado a um ativo subjacente, como o dólar americano ou o ouro. Esses ativos geralmente são mantidos em custódia por uma entidade centralizada, como uma instituição financeira ou uma empresa de tecnologia financeira.
A garantia por ativos é o que garante a estabilidade de preço, pois o valor da moeda é respaldado pelo valor do ativo subjacente. Por exemplo, se for lastreada em dólares americanos, cada unidade da stablecoin deve ter um valor de US $1. Alguns exemplos que utilizam garantidas por ativos incluem Tether (USDT), USD Coin (USDC), Paxos Standard (USDP), TrueUSD (TUSD), Binance USD (BUSD) e Pax Gold (PAXG).
Stablecoins com algoritmos
Conhecidas como stablecoins algorítmicas ou não colateralizadas por ativos reais, são uma classe de criptomoedas cujo valor é determinado por um algoritmo em vez de ser ancorado a um ativo subjacente. Esses algoritmos são projetados para manter o valor da stablecoin estável por meio do ajuste da oferta e demanda.
As stablecoins com algoritmos são vistas por alguns como uma alternativa mais descentralizada garantidas por ativos, pois não exigem uma entidade centralizada para manter a garantia. No entanto, o sucesso depende da eficácia do algoritmo em manter a estabilidade de preço. Alguns exemplos incluem a Ampleforth (AMPL), a Basis Cash (BAC), a Frax (FRAX) e a Empty Set Dollar (ESD).
Stablecoins colateralizadas
As stablecoins colateralizadas por outras criptomoedas são uma classe de criptomoedas cujo valor é ancorado a uma criptomoeda subjacente, em vez de um ativo tradicional como moedas fiduciárias ou commodities. São criadas através do depósito de uma criptomoeda subjacente, que é usada como garantia para emitir a stablecoin.
Uma de suas principais vantagens é que elas são altamente descentralizadas, o que significa que não há nenhuma autoridade central que controle o valor da moeda. Além disso, oferecem aos usuários uma opção mais flexível para negociar criptomoedas, já que não há necessidade de trocar de volta para uma moeda fiduciária para evitar a volatilidade das criptomoedas tradicionais.
No entanto, é importante notar que as stablecoins colateralizadas por outras criptomoedas podem ser mais arriscadas do que as stablecoins colateralizadas por ativos tradicionais. Isso ocorre porque o valor das criptomoedas subjacentes pode ser altamente volátil, o que pode levar a flutuações significativas no seu valor. Além disso, podem ser afetadas por questões de liquidez, o que pode torná-las mais difíceis de negociar em volumes elevados. Alguns exemplos do mercado incluem a Dai (DAI), a BitShares (BTS), a Synthetix (SNX), a NuBits (USNBT) e a CryptoFranc (XCHF).
Stablecoins sobrecolateralizadas
As stablecoins sobrecolateralizadas são uma classe de criptomoedas cujo valor é ancorado a uma quantidade maior de garantias do que o valor da própria stablecoin. Isso significa que o valor das garantias é maior do que o valor total da moeda emitida. Tem-se o objetivo de fornecer uma camada adicional de segurança e estabilidade, reduzindo o risco de flutuações de preços.
Uma das principais vantagens das stablecoins sobrecolateralizadas é que elas oferecem uma camada adicional de segurança em relação às stablecoins colateralizadas padrão. Como o valor das garantias é maior do que o valor total da stablecoin emitida, há uma margem de segurança maior para proteger os usuários contra flutuações de preços e potenciais perdas. Além disso, podem ser usadas como uma forma de obter empréstimos criptográficos, onde a garantia pode ser usada como colateral. O mais recente exemplo é a stablecoin criada pela Aave (GHO).
Quais são as vantagens e desvantagens das stablecoins?
As stablecoins apresentam vantagens e desvantagens que devem ser consideradas pelos usuários antes de usá-las. Algumas das principais vantagens e desvantagens são:
Vantagens:
- Estabilidade: a principal vantagem é sua estabilidade em relação às criptomoedas tradicionais. Isso as torna uma opção atraente para quem deseja investir em criptomoedas, mas não quer correr o risco de flutuações de preços.
- Facilidade de uso: são geralmente fáceis de usar e podem ser facilmente negociadas em exchanges de criptomoedas.
- Baixas taxas de transação: as taxas de transação são geralmente menores do que as das criptomoedas tradicionais, o que pode torná-las uma opção mais acessível para os usuários.
- Segurança: geralmente são emitidas por empresas regulamentadas, o que pode aumentar a confiança dos usuários em relação a essas criptomoedas.
Desvantagens:
- Risco de centralização: algumas são emitidas e gerenciadas por uma única empresa, o que pode levar ao risco de centralização e controle excessivo do mercado.
- Risco de perda de valor: embora sejam projetadas para serem estáveis, ainda há o risco de perda de valor devido a flutuações do mercado.
- Falta de regulamentação: algumas moedas ainda não são regulamentadas, o que pode aumentar o risco de fraude ou manipulação de mercado.
- Dependência do emissor: a estabilidade pode depender da capacidade do emissor de manter a garantia subjacente ou do funcionamento adequado do algoritmo de estabilização.
Conclusão
A utilização de stablecoins como uma forma de pagamento e reserva de valor tem sido cada vez mais relevante no cenário das criptomoedas. Este guia explica o que são, como funcionam, a importância que possuem no mercado cripto, os tipos e as vantagens e desvantagens de se investir e utilizar esse ativo. São uma classe de criptomoedas que visam resolver o problema da volatilidade de preços presente em outras criptomoedas. Existem vários tipos, cada um com suas próprias características e mecanismos de estabilização de preço.
Apesar das vantagens que as stablecoins oferecem, como a possibilidade de serem utilizadas em negociações e pagamentos, é importante lembrar que elas não estão isentas de riscos e desafios regulatórios. Não obstante os riscos, as stablecoins têm o potencial de desempenhar um papel significativo no setor cripto, fornecendo uma alternativa estável e confiável às moedas fiduciárias. À medida que mais pessoas adotam criptomoedas como forma de pagamento, é provável que as stablecoins se tornem ainda mais importantes para a sustentação do mercado cripto.
Entretanto, é sua obrigação estudar muito antes de investir nessa classe de ativo. No dia 10 de março de 2023 o FDIC (Federal Deposit Insurance Corporation) anunciou a falência do Silicon Valley Bank (SVB), o qual era responsável por deter cerca de US$ 3 bilhões da Circle, empresa responsável pela USDC. Tal acontecimento resultou na perda de seu peg (valor atrelado à 1 dólar americano), chegando a menos de U$0,90, causando um pânico no ecossistema e levando a perda do peg em diversas criptomoedas estáveis, como a BUSD, USDT e DAI.
*Lembrando que todo conteúdo desenvolvido é de caráter informativo, não se trata de uma recomendação de investimento. Estude por conta própria e tome sua decisão sobre no que investir. O que recomendamos aqui é apenas o estudo sobre os diferentes protocolos de criptomoedas.